sexta-feira, 27 de agosto de 2010


Azeite de dendê, matéria-prima para a fabricação do bioplástico PHA


Enquanto que, no Brasil, o azeite de dendê é majoritariamente lembrado como um componente fundamental do tabuleiro da baiana, no mercado internacional o óleo de palma, como é mais conhecido, ocupa o segundo lugar no ranking dos óleo vegetais mais consumidos, perdendo apenas para o óleo de soja.
Produzido principalmente na Malásia e na Indonésia, esse produto tem espaço consolidado o abastecimento das indústrias alimentícia e cosmética da Europa, do Japão e dos E.U.A, e sua utilização para a produção de biodiesel, destinado sobretudo ao consumo interno dos paises de origem, tem crescido à medida que é usado como mecanismo regulador das áreas internacionais do óleo bruto, agora, vislumbra-se o uso do azeite de dendê para a produção de biopolimeros.
O dendezeiro - ou palma (Elais guineensis) - é uma palmeira de origem africana, introduzida no Brasil com a chegada dos escravos. Extremamente adaptada a áreas de clima tropical úmido, sua ocorrência no país se concentra nos estados da Amazônia e no Baixo sul da Bahia, na região entre o recôncavo baiano e o rio das contas, conhecido como Costa do Dendê.
Os produtos da palma tais como o óleo de palma cru, o óleo de semente cru, a oleína e a estearina, são produzidos em abundância e são matérias-primas potenciais para a síntese do bioplástico PHA (polihidroxialcanoatos) que constitui uma ampla família de poliésteres produzidos por bactérias através de biossíntese direta de carboidratos de óleos vegetais extraídos principalmente da soja e palma.Dependendo da composição monomérica,pode ser utilizado na produção de embalagens, itens de descarte rápido e filmes flexíveis.
Além disso, os subprodutos dos processos da refinaria do óleo da palma, como por exemplo, o produto de destilação do ácido graxo da palma, o óleo ácido da palma e o óleo ácido da semente da palma, são igualmente fontes de carbono para o crescimento bacteriano e a produção de PHA

Nota: se procura outro significado da palavra Coqueiro, consulte Coqueiro (desambiguação).

Como ler uma caixa taxonómicaDendezeiro
Dendezeiro, Elaeis guineensis
Dendezeiro, Elaeis guineensis
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Liliopsida
Ordem: Arecales
Família: Arecaceae
Género: Elaeis
Nome binomial
Elaeis guineensis
Jacq

O dendezeiro (Elaeis guineensis), também conhecido como palmeira-de-óleo-africana, aabora[1] aavora, palma-de-guiné, palma, dendém (em Angola), palmeira-dendém ou coqueiro-de-dendê, é uma palmeira originária da Costa Ocidental da África (Golfo da Guiné). Seu fruto é conhecido como dendê, e seu óleo como azeite de dendê ou óleo de palma.

Origem

O dendezeiro é encontrado em povoamentos sub-espontâneos desde o Senegal até Angola, foi levado ao Brasil no século XVII, e adaptou-se bem ao clima tropical úmido do litoral baiano.

Dela extrai-se o azeite-de-dendê.

A palmeira chega a 15m de altura. Seus frutos são de cor alaranjada, e a semente ocupa totalmente o fruto. Seu rendimento é muito grande, produz 10 vezes mais óleo que a soja, 4 vezes mais que o amendoim e 2 vezes mais que o coco.

Da amêndoa do fruto se extrai também um óleo usado em cosmética e na fabricação de chocolate.

Fruto do dendezeiro.

A região Sudeste da Bahia possui uma diversidade edafo-climática excepcional para o cultivo do dendezeiro, com uma disponibilidade de área da ordem de 752.625 hectares, aliada à existência do país de uma demanda insatisfeita da ordem de 500 000 toneladas de óleo de dendê; de importações que se situam entre 100 e 150 mil toneladas, além do aspecto ambiental-ecológico possibilitando a recomposição de espaço florestal em processo adiantado de degradação, por "florestas de cultivo"; econômico-social, proporcionando aumento da renda regional e criação de novos empregos, além de funcionar como vetor de sustentação da própria cacauicultura e finalmente estratégico, buscando através da agricultura integrada, o caminho de desenvolvimento harmonizando os recursos da terra com os valores humanos.

Plantio

Clima

Os fatores climáticos de maior importância para o cultivo do dendezeiro são: chuva, horas de brilho solar e temperaturas máxima e mínima.

  • Pluviosidade — Uma adequada disponibilidade de água no solo de forma constante é condição extremamente importante para o desenvolvimento e produção. O regime pluviométrico ideal caracteriza-se por uma precipitação média anual de 1800 a 2000 mm, com precipitações mensais sempre superiores a 100 mm, segurando boa distribuição ao longo do ano.
  • Luminosidade — Altos níveis de radiação solar são indispensáveis para o crescimento e produção.A isolação necessária para a expressão do potencial produtivo do dendezeiro, situa-se em torno de 1800 horas/ano.
  • Temperatura — Fator importante na determinação do crescimento e produção, sendo observado que as maiores produções são obtidas em regiões com pequenas variações de temperatura e onde a média anual situa-se entre 25 e 27°C e sem ocorrência de temperaturas mínimas abaixo de 19°C por períodos prolongados.

Solo

Embora seja cultivado em diferentes tipos de solos, variações nas propriedades físicas e químicas causam diferentes significativas na produção. Os parâmetros mais importantes são profundidade efetiva de 90 cm, textura franca ou mais argilosa, estrutura forte ou moderada, permeabilidade moderada, relevo plano ou suave ondulado, não pedregoso, sem concreções de ferro, alumínio ou manganês e sem camada adensada, consistência muito friável ou firme e regime de umidade alto.

Variedades

As variedades são classificadas de acordo com a espessura da casa (endocarpo) em:

  • Dura - Apresenta casca com mais de 2 mm de espessura e fibras dispersas na polpa. Essa variedade é usada como planta feminina na produção de híbridos comerciais.
  • Psífera - Os frutos dessa variedade não possuem casca separando a polpa da amêndoa. Ela é usada como fornecedora de pólen na produção de híbridos comerciais.
  • Tenera - Apresenta espessura de casca inferior a 2 mm e um anel fibroso ao seu redor; é obtida através do cruzamento entre as variedades Duras e Psífera, sendo recomendada para plantios comerciais.

Formação de mudas

O sucesso de um plantio comercial de dendezeiros comercias depende do material genético utilizado e do processo de formação de mudas, que compreende as seguintes etapas:

  1. Pré-viveiro - tem início com a repicagem da semente pré-germinada para sacos semelhantes aos utilizados para mudas de cacau e tem normalmente a duração de quatro meses, obtendo-se ao final uma muda com quatro folhas lanceoladas.
  2. Viveiro Feito - a céu aberto, localizado preferencialmente próximo a uma fonte abundante de água afim de facilitar a irrigação. Os sacos plásticos utilizados no viveiro medem 40x40cm com 0,002mm de espessura, com capacidade para 20 a 25 kg de solode textura leve, areno-argiloso, ou denominado de solo "podzol" pois isso facilita a formação das raizes da plântula. O período de permanência no viveiro varia de 8 a dez meses e as mudas a serem levadas a campo apresentam uma altura de 80 a 120 cm e com 8 a 12 folhas funcionais.
  3. Tratos culturais no viveiro - durante o período de formação das mudas são importantes ainda os tratos culturais: irrigação, adubação, eliminação de ervas daninhas e controles de pragas e doenças.

Plantio definitivo

  • Escolhas da área - A área para o plantio de dendê deve ser plana ou suave ondulada, com declividade inferior a 8%, que não apresente dificuldade para o uso de máquinas agrícolas.
  • Preparo da área - Em função das características da vegetação (mata virgem, mata raleada, área degradada, plantação velha de dendê ou cultivo anual), da disponibilidade de equipamentos e de sistema de exploração, o preparo da área pode ser manual (broca, derruba, queima, abertura de linhas e pontos de plantio), mecanizado (derruba, queima e enleiramento, ou misto).
  • Plantio de leguminosa - Com o objetivo de proteger o solo, controlar ervas daninhas e fixar o nitrogênio, recomenda-se o plantio de uma cobertura verde que se estabeleça rapidamente, tenha pouca altura, não afete o sistema radicular do dendezeiro, ciclo vegetativo curto e baixo custo de implantação; neste caso a mais recomendável é o kudzú Pueraria phaseoloides.

Espaçamento, coveamento e plantio

Tradicionalmente o dendezeiro é implantado no espaçamento de 9x9x9m em triângulo equilátero o que implica num espaçamento de 7,8m entre linhas e de 9m entre plantas na linha que deve estar orientada no sentido norte-sul para evitar sombreamento entre plantas; desta forma é possível colocar 143 plantas por hectare.

  • Abertura de covas - Deve ser feita manual e mecanicamente, nas dimensões de 40x40x40cm, separando-se a camada superficial do solo rica em matéria orgânica, para colocar no fundo quando do enchimento da cova.
  • Plantio de mudas - Deve ser feito em período chuvoso. O coleto (região entre a parte aérea e as raízes), deve ficar ao nível do solo; após o plantio é importante comprimir a terra em volta da planta.

Tratos culturais no campo

  • Coroamento - Consiste em eliminar as plantas daninhas que crescem em volta do dendezeiro, mantendo limpa a área ao seu redor, evitando competição e proporcionando condições favoráveis ao desenvolvimento.
  • Roçagem - Nos primeiros anos, é necessário eliminar, periodicamente, a vegetação existente nas estrelinhas, visando facilitar o estabelecimento de leguminosas.
  • Adubação - A obtenção de altos rendimentos só é possível com a utilização racional de fertilizante, já que o dendezeiro requer cerca de 192,5 kg de nitrogênio, 26 kg de fósforo, 251,4 de potássio, 61,3 de magnésio e 99,3 de cálcio por ha/ano para o crescimento e produção de 25 toneladas de cachos por hectare/ano. Os métodos usados como guia para recomendação de adubação baseiam-se em:
    • análise de solo - dá uma ideia da disponibilidade de nutrientes no solo;
    • análise foliar - indica o estado nutricional da planta naquele momento e estabelecem níveis críticos para cada nutriente;
    • experiências de adubação - através das quais é possível determinar as necessidades exatas para um determinado tipo de solo e sob quais as condições ambientais adequadas.
  • Controle de pragas - A principal praga do dendezeiro de importância econômica na Bahia é o Rhynchophorus palmarum, cujas larvas alimentam-se dos tecidos da estipe, fazendo galerias que podem provocar uma podridão interna; quando atinge o meristema provoca a morte da planta.
    • O Rhynchoprus palmarum é o principal vetor do nematóide causador da doença anel vermelho. O controle desta praga é feito com iscas armadilhas (pedaços de estipe do dendezeiro ou toletes de cana-de-açúcar) envenenadas com Furadan 350 SL.
    • Outras pragas ocorrem de forma esporádica, como a broca das raízes, causada pela Sagalassa valida e lagartas desfoliadoras como Sibine fusca e Brassolis sophoraea.
  • Controle de doenças - O anel vermelho, causado pela nematóide Rhadinaphelencus cocophilus, é a única doença de importância econômica para o dendezeiro, no estado da Bahia; o inseto transmissor do nematóide é o Rhychoprus palmarum, que conduz o nematóide no intestino, traquéia e nas cavidades do corpo. As medidas de controle do inseto são a única forma de se evitar a incidência da doença. O dendezeiro é suscetível ao toque de outras doenças de importância econômica, especialmente na região amazônica, onde ocorrem: fusariose, causada pelo fungo Fusarium oxysporum merchitez, causada pelo protozoário Phytomonas sp e amarelecimento fatal, cujo agente causal é desconhecido.
  • Colheita - A colheita é um trabalho muito importante, porque é nesta etapa que se obtêm os resultados de todos os esforços e investimentos com o cultivo. Na execução no trabalho de colheita, devem ser observadas duas etapas importantes:
    • grau de maturação dos frutos - este fator esta diretamente relacionado com o conteúdo de óleo na polpa e com a qualidade do óleo obtido. O critério mais simples para se identificar o estágio ideal de maturação dos cachos são os frutos soltos que normalmente se encontram no pé da planta, quando o cacho está maduro recomendando-se que esse número não seja superior a 10 frutos;
    • freqüência de colheita - a maturação dos cachos ao longo de todo o ano, por isso é necessário, que os intervalos de colheita sejam curtos de forma que um cacho que deixou de ser colhido em um ciclo, não esteja excessivamente maduro no seguinte comprometendo a qualidade do óleo a ser obtido.

Produção

Um plantio corretamente conduzido inicia a produção ao final do terceiro ano, com uma produção entre 6 e 8 toneladas de cachos/ha, atingindo o pico máximo de produção no oitavo ano. Pode atingir 25 toneladas de cachos/ha, uma produção que permanece neste nível até o décimo sétimo ano, declinando ligeiramente até o final da sua vida útil produtiva, que ocorre por volta dos vinte e cinco anos.

Dos frutos do dendezeiro, podem ser extraídos dois tipos de óleos: óleo de polpa, conhecido no Brasil como azeite de dendê, e óleo de palmiste. O rendimento em óleo representa 22% do peso dos cachos para o óleo de polpa e 3% para o óleo de palmiste.

Beneficiamento

O beneficiamento da produção deve ser iniciado imediatamente após a colheita e consta das seguintes etapas:

  1. esterilização - tem como finalidade inativar enzimas que provocam acidez e facilitar o desprendimento dos frutos do cacho;
  2. debulha - cuja finalidade é separar os frutos do cacho;
  3. digestão - quebra estrutura das células da polpa, facilitando a liberação do óleo;
  4. prensagem - a massa saída do digestor é submetida à presagem, separando o óleo e uma misturas de fibras e sementes que em seguida passa pelo desfibrador, que por ventilação separa as fibras das sementes.

As fibras são utilizadas como combustível nas caldeiras; as sementes são transportadas para os secadores; após a secagem são encaminhadas para os quebradores e em seguida são separadas as cascas e amêndoas, das quais, após serem trituradas por prensagem, se extrai o óleo de palmiste; o resíduo restante representa a torta, que contém 14 a 18% de proteína e pode ser utilizada como componente de ração animal.

Formas de consumo

O óleo originário desta palmeira, o azeite de dendê, consumido há mais de 5000 anos, foi introduzido no continente americano a partir do século XVI, coincidindo com o início dos tráficos de escravos entre a África e o Brasil.

No contexto atual, o azeite de dendê é o segundo óleo mais produzido e consumido no mundo, representando 18,49% da produção e 20,40% do consumo mundial.

O estudioso Edison Carneiro, em Ladinos e Criolos: estudos sobre o negro no Brasil, 1964, nos informa que: "Os traficantes de escravos acrescentaram o dendezeiro à paisagem natural do Brasil sem maiores dificuldades. Era natural que o plantassem primeiro na Bahia, então o grande centro do comércio de negros".

Na sua Notícia da Bahia (1759), José Antonio Caldas informava que os navios negreiros, na ocasião freqüentavam a Costa da Mina para negociar "azeite de palmas" além de escravos. Se isto não prova a inexistência da palmeira no país, pelo menos indica que a produção de azeite, ou não fazia ainda ou era íntima em relação às necessidades brasileiras, Vilhena conseguiu encontrar estatísticas de 1798 que mostram que, naquele ano, entraram na Bahia mil canadas de azeite de palmas, da Costa da Mina e 500 canadas da ilha de São Tomé, no valor total de 1.500$, ou seja a mil réis a canada – cerca de 4.000 litros. No momento, porém, em que escrevia suas Cartas Soteropolitanas (1802), já estava aclimado o dendezeiro, tanto que o professor régio propunha que "fossem plantados nas terras dos engenhos, a fim de se extrair do coco azeite, tempero essencial da maior parte das viandas dos pretos e ainda dos brancos, criados com eles".

O dendê é muito usado na culinária baiana, que se baseia em sabedoria ancestral trazida da África. Dá à comida sabor, cor e aroma peculiares, de que é exemplo o vatapá.

O óleo de dendê é avermelhado devido a grande quantidade de vitamina A, 14 vezes maior que na cenoura. No entanto, o aquecimento do óleo para frituras acaba destruindo a vitamina A e deixando o óleo branco.

Sua importância

A importância do azeite retirado do dendezeiro, chamado óleo de dendém ou azeite de palma, pode ser vista com o Alvará Régio, de 1813, do Príncipe Regente D. João, ao isentar de taxas de alfândega o sabão e o azeite de palma ou como é mais conhecido óleo de palma ou ainda óleo de dendê vindos da Ilha de São Tomé, na África. É o mais consumido no mundo, seguido pelos de soja e canola..[1]

O Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, em 10 de julho de 1835, estampava o seguinte anúncio: "Participa-se aos que vendem angu, que na rua dos Ourives n. 137, se acha a venda azeite de dendê fresco, em barris, a 1$200 cada medida".

Composição e usos

O azeite de dendê contém proporções iguais de ácidos graxos saturados (palmítico 44% e esteárico 4%) e não saturados (oléico 40% e linoléico 10%).

É uma fonte natural de vitamina E, tocofeiros e tocotrienois que atuam como antioxidantes. É rico também em betacaroteno, fonte importante de vitamina A.

É o óleo mais apropriado para fabricação de margarina, pela sua consistência e por não rancificar, excelente como óleo de cozinha e frituras, sendo também utilizados na produção de manteiga vegetal, apropriada para fabricação de pães, bolos, tortas, biscoitos finos, cremes, etc. O maior uso de óleo de dendê é como matéria-prima na fabricação de sabões, sabonete, sabão em pó, detergentes e amaciantes de roupa biodegradáveis, podendo ainda ser utilizado (com restrições) como combustível em motores a diesel.

Beneficiamento

O beneficiamento da produção deve ser iniciado imediatamente após a colheita e consta das seguintes etapas:

  1. esterilização - tem como finalidade inativar enzimas que provocam acidez e facilitar o desprendimento dos frutos do cacho;
  2. debulha - cuja finalidade é separar os frutos do cacho;
  3. digestão - quebra estrutura das células da polpa, facilitando a liberação do óleo;
  4. prensagem - a massa saída do digestor é submetida à presagem, separando o óleo e uma misturas de fibras e sementes que em seguida passa pelo desfibrador, que por ventilação separa as fibras das sementes.

As fibras são utilizadas como combustível nas caldeiras; as sementes são transportadas para os secadores; após a secagem são encaminhadas para os quebradores e em seguida são separadas as cascas e amêndoas, das quais, após serem trituradas por prensagem, se extrai o óleo de palmiste; o resíduo restante representa a torta, que contém 14 a 18% de proteína e pode ser utilizada como componente de ração animal.

Formas de consumo

O óleo originário desta palmeira, o azeite de dendê, consumido há mais de 5000 anos, foi introduzido no continente americano a partir do século XVI, coincidindo com o início dos tráficos de escravos entre a África e o Brasil.

No contexto atual, o azeite de dendê é o segundo óleo mais produzido e consumido no mundo, representando 18,49% da produção e 20,40% do consumo mundial.

O estudioso Edison Carneiro, em Ladinos e Criolos: estudos sobre o negro no Brasil, 1964, nos informa que: "Os traficantes de escravos acrescentaram o dendezeiro à paisagem natural do Brasil sem maiores dificuldades. Era natural que o plantassem primeiro na Bahia, então o grande centro do comércio de negros".

Na sua Notícia da Bahia (1759), José Antonio Caldas informava que os navios negreiros, na ocasião freqüentavam a Costa da Mina para negociar "azeite de palmas" além de escravos. Se isto não prova a inexistência da palmeira no país, pelo menos indica que a produção de azeite, ou não fazia ainda ou era íntima em relação às necessidades brasileiras, Vilhena conseguiu encontrar estatísticas de 1798 que mostram que, naquele ano, entraram na Bahia mil canadas de azeite de palmas, da Costa da Mina e 500 canadas da ilha de São Tomé, no valor total de 1.500$, ou seja a mil réis a canada – cerca de 4.000 litros. No momento, porém, em que escrevia suas Cartas Soteropolitanas (1802), já estava aclimado o dendezeiro, tanto que o professor régio propunha que "fossem plantados nas terras dos engenhos, a fim de se extrair do coco azeite, tempero essencial da maior parte das viandas dos pretos e ainda dos brancos, criados com eles".

O dendê é muito usado na culinária baiana, que se baseia em sabedoria ancestral trazida da África. Dá à comida sabor, cor e aroma peculiares, de que é exemplo o vatapá.

O óleo de dendê é avermelhado devido a grande quantidade de vitamina A, 14 vezes maior que na cenoura. No entanto, o aquecimento do óleo para frituras acaba destruindo a vitamina A e deixando o óleo branco.

Sua importância

A importância do azeite retirado do dendezeiro, chamado óleo de dendém ou azeite de palma, pode ser vista com o Alvará Régio, de 1813, do Príncipe Regente D. João, ao isentar de taxas de alfândega o sabão e o azeite de palma ou como é mais conhecido óleo de palma ou ainda óleo de dendê vindos da Ilha de São Tomé, na África. É o mais consumido no mundo, seguido pelos de soja e canola..[1]

O Jornal do Comércio do Rio de Janeiro, em 10 de julho de 1835, estampava o seguinte anúncio: "Participa-se aos que vendem angu, que na rua dos Ourives n. 137, se acha a venda azeite de dendê fresco, em barris, a 1$200 cada medida".

Composição e usos

O azeite de dendê contém proporções iguais de ácidos graxos saturados (palmítico 44% e esteárico 4%) e não saturados (oléico 40% e linoléico 10%).

É uma fonte natural de vitamina E, tocofeiros e tocotrienois que atuam como antioxidantes. É rico também em betacaroteno, fonte importante de vitamina A.

É o óleo mais apropriado para fabricação de margarina, pela sua consistência e por não rancificar, excelente como óleo de cozinha e frituras, sendo também utilizados na produção de manteiga vegetal, apropriada para fabricação de pães, bolos, tortas, biscoitos finos, cremes, etc. O maior uso de óleo de dendê é como matéria-prima na fabricação de sabões, sabonete, sabão em pó, detergentes e amaciantes de roupa biodegradáveis, podendo ainda ser utilizado (com restrições) como combustível em motores a diesel.